Todas as imagens deste blog que não são de nossa autoria foram colhidas da internet.
A imagem de fundo é cópia digital da obra "El triunfo de Baco o Los borrachos" (1628-1629) de Diego Velázquez.
Óleo sobre lienzo. Barroco.


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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PERUZZO (TINTO)

Brasil - Peruzzo - Cabernet Sauvignon - 2007 - U$ 20

Este cabernet sauvignon é outro exemplar de custo elevado. Seu custo absoluto não é tão elevado, pois se enquadra no nosso patamar mais baixo, mas a relação custo-benefício se mostra desfavorável. Para concorrer com outros nacionais de mesma qualidade, o Peruzzo deve reduzir os custos de produção.
É um vinho de boa cor e aparência encorpada, mas só a aparência. A formação de lágrimas não vai além de um espaçamento médio-alto. É bastante escuro, violáceo com característica de vinho mais envelhecido, o que corresponde à safra. Definitivamente, é bem atrativo no visual.
O aroma, embora tímido, apresenta características convidativas, mas necessita ser bem movimentado para liberar um bouquet não muito expressivo. As frutas vermelhas aparecem mas são difíceis de identificar.
Os taninos são equilibrados e o corpo é de fato macio, mas bastante impotente. Framboesa e amora madura se apresentam, mas sem muita intensidade. O gosto de rolha acaba gerando um atrativo. A persistência não é das piores.
Não é um vinho ruim, ou não estaria em nosso blog, mas o problema do custo-benefício nos impede de indicá-lo sem ressalvas. Vale degustar, vale conhecer, mas para apreciação no dia-a-dia ele perde para outros concorrentes de qualidade equivalente por custo bem inferior.

RASTROS DO PAMPA (TINTO)

Brasil - Guatambu - Rastros do Pampa - Cabernet Sauvignon - 2009 - U$ 24


Eis um exemplar de um problema crônico dos produtores nacionais: o alto custo. Entendemos o custo de um produto como dado no processo produtivo, que acrescido do lucro comercial da venda direta ao consumidor, compõe o preço. Neste caso, ou o processo produtivo precisa ser reformulado, ou houve um problema determinante do alto custo, como uma má colheita, ou, ainda, houve por parte do produtor uma estratégia de marketing desaconselhável, que consiste em chamar a atenção para o vinho pela elevação aleatória do custo.
A consequência disso é uma frustração na degustação, pois, devido ao preço pago, determinadas características são esperadas com base nos concorrentes conhecidos, o que não ocorreu com este vinho. Não queremos, portanto, menosprezar o Rastros do Pampa, mas assegurar que a qualidade não corresponde ao custo, ou seja, o custo-benefício deste cabernet sauvignon é muito desfavorável.

Trata-se de um vinho de características bastante jovens, apesar da safra ser de mais de dois anos. Embora a cor seja bela e atrativa, um rubi brilhante com tons violáceos, a consistência é pouco densa, as lágrimas bastante espaçadas.
O aroma é tímido, ainda que apresente notas agradáveis, porém difíceis de perceber.
No paladar, longe de ser um vinho de má qualidade, apenas aparecem características bastante opacas de lácteos e pouco expressivos caramelo e café. Taninos fortes demais para o resto, o que o deixa um pouco desequilibrado. O corpo é pouco potente e o vinho não perdura além de 4 ou 5 segundos. Definitivamente, as características oferecidas pelo vinho da gaúcha Guatambu tem equivalentes no mercado pela metade do preço.
Para os que não se incomodam em gastar um pouco mais que o "justo", é um bom vinho para o dia-a-dia, mas não satisfaz o desejo de apreciar um vinho marcante.



domingo, 16 de outubro de 2011

DOÑA PAULA

Argentina - Doña Paula - Pinot Noir - 2009 - U$ 41

Um vinho surpreendente aos sentidos. Característica da uva Pinot Noir, apresenta coloração clara, como nos vinhos mais envelhecidos, voltada para cor de telha. A consistência não é tão intensa quanto os mais encorpados. As lágrimas se formam a um espaçamento médio-alto.
Ao olfato se apresenta rico e complexo, liberando intensos aromas ao girar da taça. O buquet equilibrado combina frutas silvestres com baunilha e chocolate.
Os taninos são marcantes, o álcool é equilibrado. No paladar há plena correspondência com a complexidade dos aromas. O ponto alto é a persistência bastante prolongada.